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José Inácio Vieira de Melo |
A Poesia de José Inácio Vieira de Melo
DEUSES
Agora a minha namorada toca violão
na calçada dos meus quinze anos,
no tempo em que eu era um deus de cabelos encaracolados,
no tempo que eu carregava a espada da embriaguez
e comungava o cálice da imortalidade
com anjos alucinados – uns sandros, uns samuéis –
e comia o pão dos delírios e jogava futebol
cabeceando o planeta rumo à rede do infinito.
Eu já bebi o mel das estrelas, abelhas acesas no palco do sertão,
eu já subi a montanha milhares de vezes chutando essa bola de pedra,
eu sei que é assim, que é sempre assim, mas quando encontro teu olhar
as luzes se acendem e tudo isso passa a significar algo.
E como é bom esse momento que significa e amplia meus sentidos.
Ah, minha namorada, lança teu olhar sobre meus abismos!
José Inácio Vieira de Melo
in Revista Brasil 2014
Revista literária - Castelinho Edições
(publicação impressa e digital de distribuição gratuita- download da versão digital aqui)
fotografia: Ricardo Prado
página de José Inácio Vieira de Melo
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